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terça-feira, 31 de março de 2009

Protesto o protesto!

Ontem teve protesto na Avenida Paulista. Cerca de 20.000 pessoas filiadas à Força Sindical, à CUT ou a outros grupos que lutam por direitos trabalhistas, além de fanfarrões de partidos esquerdistas fecharam as ruas e pioraram o já terrível trânsito da capital paulistana. Eu não sou contra protestos, muito pelo contrário, acho inclusive que o povo brasileiro é omisso e se fosse mais aguerrido como nossos hermanos latinos, talvez a pouca vergonha que acontece na política fosse um pouco menos escancarada. Mas vamos ao motivo da minha borrifada, o motivo do protesto: “Crise mundial e seus efeitos.”

Que eu saiba a crise mundial não é uma instituição, e muito menos algum plano com início meio e fim. Também não foi uma decisão tomada em terras tupiniquins. Não consigo entender, qual é o objetivo disso? Bom, que essas 20.000 pessoas estão desempregadas não há dúvida, afinal o protesto foi em horário comercial, onde milhões de outras pessoas que ainda não tiveram seus empregos cortados, enfrentaram dificuldades de chegar ao seu local de trabalho, ou se locomover para tomar decisões importantes. Isso com certeza não contribuiu para o fim da crise!

Eu acredito seriamente que as pessoas com poder suficiente para alterar os rumos da economia mundial não estavam na região da paulista, e provavelmente não assistiram o programa do Datena de noite. A Mallu Magalhães provavelmente será convidada para cantar no próximo protesto, por alguma energia cósmica que só ela sente.

Eu me envolveria em protestos por motivos que apresentem soluções para a nossa realidade. Claro que também não concordo com o local, com o horário e a forma como são realizados esses verdadeiros “showmícios” (vejam a foto do Post, não parece a concentração da torcida antes de um jogo do Sport em Recife?), mas deixarei aqui duas sugestões para futuros protestos:

Formas alternativas de vínculo empregatício: No Brasil é muito difícil contratar ou demitir um funcionário. Tudo porque a briga por direitos trabalhistas teve efeito contrário. A burocracia enfrentada tanto por funcionários como contratantes, deixa o processo lento e ambos com pouca liberdade de escolha. Novas formas de trabalho para determinadas áreas de atuação seriam viáveis, como contratos de trabalho casual, onde o funcionário ganharia por hora trabalhada, onde o patrão pode definir quando ele será importante, e o funcionário tem o direito de dizer se pode ou não trabalhar em determinado dia ou hora. Nesse sistema o contratante tem uma grande lista de funcionários em stand-by e pode chamar aqueles que serão adequados ao seu horário. Além disso, os funcionários se sentem motivados a trabalhar cada vez mais, uma vez que receberão conforme as horas trabalhadas. Esse sistema de trabalho é ideal para funcionários de limpeza, garçons, vendedores em lojas ou ruas, atendimento ao consumidor, seja por SAC ou nas próprias ruas. O sistema também é válido para funcionários de estabelecimentos 24 horas como hospitais.

Existem outras formas de vínculo empregatício que podem ser estudadas e aplicadas, de forma a promover maior liberdade e honestidade na relação entre empregado e contratante.

Imposto Único: Quem acompanha o blog já deve ter percebido que eu tenho sérios problemas com burocracia. Em vários países organizados no mundo, só se paga um imposto, já descontado no salário do cidadão. Além de não se preocupar com milhões de coisas e não saber de onde o seu dinheiro está vindo ou saindo, o nosso sistema é muito mais descontrolado e suscetível à fraudes, tanto por pessoa física como jurídica. Nos países onde há o imposto único também acontece uma espécie de “poupança forçada”, pois a pessoa recebe parte do que pagou (sem sentir no bolso) de volta, dependendo de cada caso, alguns tem benefícios e descontos. Aqui no Brasil eu só conheço um cidadão que fala disso a anos e é ignorado, Marcos Cintra. Procurem sobre esse cara, nós não temos apenas maus políticos.

Essas são apenas duas soluções, não tão difíceis de serem implantadas, mas que aliviariam um pouco a vida de milhões de pessoas. Essas duas ações podem ter milhares de contra-argumentos, mas eu não sei, nunca vi o Paulinho da Força discutir algo do tipo. Nunca vi alguém da CUT falar sobre isso. Eu só ouço argumentos burros, e protestos que mais prejudicam do que ajudam, soluções que mais complicam! E cada vez mais parece que o buraco não tem fundo e vamos nos complicar cada vez mais!

O que Che Guevara faria contra a crise mundial ?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Post tapa buraco - Lula Vieira


Rodoponey furou novamente, portanto hoje teremos um post tapa-buraco ... mas esse de muita qualidade, um texto altamente borrifador do publicitário Lula Vieira



Mau Humor

Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato. Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons vestidos de coletinho vermelho. Joaquim Ferreira dos Santos, em ‘O Globo’ de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa ‘agregar valor’. Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica mamando de segundo em segundo é uma chata.

São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais a vida está confirmando estas conclusões. Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca. Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito ou sujeita que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra ‘carne’, fica falando o tempo todo em vida saudável é seu ideal como companhia numa madrugada?

Sei lá, não sei. Não consigo me lembrar de ninguém assim que tenha me despertado muita paixão. Eu ando detestando certos vícios de linguagem, do tipo ‘chegar junto’, ’superar limites’, essas bobagens que lembram papo de concorrente a big brother. Mais uma vez, repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas. Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que transmite algum sintoma de chatice. Tom de voz de operador de telemarketing lendo o script na tela do computador e repetindo a cada cinco palavras a expressão ’senhoooorrr’ me irrita profundamente.

Se algum dia eu matar alguém, existe imensa possibilidade de ser um flanelinha. Não posso ver um deles que o sangue sobe à cabeça. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho raiva menor do assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se tivesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga. Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer? Não suporto especialista em motivação de pessoal que obrigue as pessoas a pagarem o mico de ficar segurando na mão do vizinho, com os olhos fechados e tentando receber ‘energia positiva’. Aliás, tenho convicção de que empresa que paga bons salários e tem uma boa e honesta política de pessoal não precisa contratar palestras de motivação para seus empregados. Eles se motivam com a grana no fim do mês e com a satisfação de trabalhar numa boa empresa. Que me perdoem todos os palestrantes que estão ficando ricos percorrendo o país, mas eu acho que esse negócio de trocar fluidos me lembra putaria.

E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando ‘um beijo no coração’?

sábado, 28 de março de 2009

Refletindo sobre o obscuro

Desculpe pelo atraso hoje no sábado, estou no interior de São Paulo e só agora consegui um computador para subir este texto. Borrifadores furões e recalcados que ficam me mandando MSN, não foi desta vez que não postei, ao contrário de alguns.

Voltando ao assunto, fico cada vez mais surpreso com algumas coisas no país.
Nesta quarta-feira houve uma ação da Polícia Federal contra a Camargo Correa, uma construtora famosa e que, segundo consta, dava doações suspeitas a partidos políticos. Dentre estes partidos, segundo a imprensa, está praticamente toda a oposição brasileira. são eles PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PSDB e PS. Não constava na investigação, o PT.


O pessoal que apareceu no dossiê ficou, no mínimo, constrangido pelo fato do PT não aparecer nas acusações, afinal, quase todos os partidos políticos estavam envolvidos.


Não sei quem está certo, se a Camargo Correa realmente fazia este tipo de transação ilegal ou beneficiava partidos políticos e tão pouco entendo do esquema que dizem ser de superfatura de obras públicas pela construtora. Para isso temos juízes, advogados, promotoria e Ministério Público. Os graves pontos que vou borrifar neste espaço, voltando a falar um pouco mais de política, são os fatos do porquê pessoas jurídicas financiam legalmente campanhas de partidos políticos e o eventual uso da máquina pública a favor da situação.


Não posso admitir em um país como o nosso, cheio de coisas cabeludas, com políticos donos de uma péssima imagem pública e que sofre muito com a corrupção que ninguém nunca consegue acompanhar, que pessoas jurídicas consigam doar dinheiro para campanhas políticas! Isso é o fim do mundo! Eu me pergunto, de maneira muito ingênua e como um jovem bem informado e que ama seu país, porque uma empresa, ainda mais construturas, doam dinheiro para financiar certos políticos. Não fica meio estranho? Não soa como troca de interesses futuros? Ou só eu tive este sentimento?

Aí vou mais a fundo, o que motivaria estas transações? Quais seriam os interesses por trás de centenas de milhares de reais sendo “doados”? Também não soa estranho o fato de que construtoras, como a Camargo Correa, participam de licitações públicas?


Não estou dizendo que há coisas legalmente erradas por trás das doações, apenas questiono porque empresas podem financiar partidos políticos. Fica um gosto de história mal contada e troca de favores. Não que haja, mas que soa estranho ao ouvido do eleitor, isso fica. Sou contra empresas jurídicas financiarem partidos políticos exatamente para que não haja resquícios de troca de favores, de rabo preso e vínculo com eventuais concorrentes em licitações futuras. Gostaria muito de saber, como cidadão o porquê desse tipo de prática ser permitida.


Outro ponto que eu acho estranho, para não dizer escandaloso, é o motivo pelo qual não contar o nome do PT. Ética petista de não receber este tipo de benefício? Eu fico extremamente na dúvida quando ouço sobre “o uso da Polícia Federal a favor do governo”. Porque fico me questionando se realmente não é estranho não citar o nome do PT, mas ao mesmo tempo citar a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, também conhecida como Refinaria do Nordeste, da Petrobras, empresa estatal. E também isso acontecer um ano antes de uma eleição presidencial e passada a euforia das campanhas políticas do último ano. Acho estranho porque isso leva a população a levantar suspeitas contra partidos que são exatamente da oposição do governo. Não afirmo porque não sei, mas fico com o sentimento de que talvez haja este tipo de uso da Polícia Federal pelo governo. Não estou acusando, fico apenas questionando. E pelo que eu saiba, isso não é crime.


Por fim, espero que os culpados sejam presos, que haja mais iniciativas da PF em coibir o que está errado, mas sempre sem juízo de causa, sem envolvimento político e com MUITA ética.
Ética, uma palavra de cinco letras que não consegue ser entendida por muitos no país do presidente de quatro dedos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Não temos biscoitos

Que eu estive ausente por duas semanas, sim e dai? Que eu estava cansado e sem motivação para borrifar, sim e daí?

Aliás o que te importa?

Minha borrifada de hoje nao tem um tema especifico, vou fazer uma rapa em mais ou menos tudo que está me incomodando ultimamente...

Primeiro a novela das oito, que me irrita de tal maneira que começo a dar risada... Ela sugere um cenario indiano, o que se pressupoe colocar personagens no minimo morenos de pele... e é aí que entra a parte engraçada... ainda me pergunto o que deu na produção da novela em achar que Lima Duarte (e suas orelhas), Tony Ramos (o homem pelo), Caio Blat (big bad boy) se parecem com descendentes indianos? Fora que ainda estou esperando o sensacional “elo” entre India e Rio de Janeiro, a conexao sempre existe... ah sim, nao poderia esquecer da enterna cidade cenografica, com sua pracinha tosca e igreja paroquial, ela está presente presente nas das 6, 7 e 8.

quando a globo vai investir em tecnologia e novos cenarios? Jah vi esse tema em alguma borrifada...


No mais tem me stressado profundamente alguns veiculos de comunicação promovendo constantes de noticias que levam a pessoa a se perguntar: E O KIKO TENHO A VER COM ISSO? Exemplos mais frequentes:

Filha de Tom Cruise: se eu pudesse afogaria essa menina em seu algodão doce. Todo dia tem noticia da fedelha fazendo algo banal tipo: “Suri lava as maos, poe o dedo do nariz e sai correndo com o coco nas calças”

Jesus Luz: maldita hora que a madona resolveu sair pegando muleques brasileiros. Tah aí, todo dia tem algo na midia sobre esse mané...festa da mãe, idas a bares e etc... fora que o verdadeiro Jesus jah deve ter mandado ele para o inferno, para um lugar sem luz...

Suzana Vieira: velha pestilenta, velha coroca, velha mal feita. Essa perdeu o rumo total. Nao me lembro da ultima vez que a vi numa novela... pobre coitada... COITADO DE MIM QUE TENHO Q AGUENTAR SEUS NAMORICOS E OS AS FOTOS DELA DE BIQUINI! ("que bonito bikini, digo...")

Por ultimo e nao menos importante: PAREM DE ASSITIR HIGH SCHOOL MUSIC! NAO AGUENTO MAIS NOTICIAS INUTEIS DOS ATORES DESTE FILME INDIGESTO! SE VOCE NAO PARAR VAI TER CONTINUAÇÃO SEMPRE, NÃO PODEMOS DEIXAR QUE ULTRAPASSE ROCKY O GARANHÃO ITALIANO!


Para finalizar gostaria de informar que a tripulação esta com fome... etecetera etecetera... ole ole toro!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pegada Medieval



Uma das figuras mais representativas na história da arte é a Venus de Willendorf, aí a sua esquerda. Como podem notar ela é toda volumosa, ressaltando a fertilidade.Mulheres sofrem com inchaços devido ao ciclo menstrual. Isso acontece porque formas maiores atraem os machos , incentivando e indicando um período propicio ao acasalamento. Aliás dizem que se não fossem os hábitos de roupas, perfumes e banhos o homem poderia indentificar quando a mulher fica menstruada, assim como os cachorros o fazem.

Dando um salto na história aparece outra Venus, a de Milo. E olha só que diferença, essa tá menos gorda!

Um outro salto e vamos ao Nascimento de Venus de Botticelli. Veja que ela lembra a da Grécia , mas está ainda um pouco mais volumosa.
Na epoca que foi pintado esse quadro não existia grandes quantidades de comida, muito menos comidas com grandes calorias. Para ficar gordo você precisava ter muito dinheiro. Ser gordo era um status. Era mostrar que você tinha dinheiro. Outra coisa ela é muito , muito branca. Pessoas que trabalham no campo nos meses de verão podem até pegar uma corzinha na Europa, mas se você é uma donzela que fica andando no seu castelo cor não vai ter. Mais um símbolo de status.

Nós, seres humanos, valorizamos tudo aquilo que é díficil de se alcançar, ou que por meio de grande esforço é alcançado. Ser rico, ter status etc.
Hoje o acesso a comida é muito mais fácil, melhoramos o sistema de produção de alimentos e podemos adicionar açúcar a tudo (lembre-se que o açúcar era muito caro, pô o Brasil cresceu adoçando a vida). A facilidade de ser gordo hoje é tanta que pessoas com metabolismo muito rápido estão ficando gordas, e ficam assustando todo mundo com as palavras: obesidade infantil.
Mas se está tão fácil o acesso a comida o que vamos valorizar? As magras! Ou melhor magerrímas!
Comparem a Gisele com a Venus de Botticelli.
Mais magra, mais morena, peitos maiores, quadril menor, coxas malhadas...

Obvio seria dizer que o padrão de beleza mudou etc, mas é impressionante como queremos achar a Gisele muito mais bonita que a Venus. Nós gostamos daquilo que é díficil. Contando isso tudo, um amigo meu virou e disse: "é. então eu tô na pegada medieval."

terça-feira, 24 de março de 2009

Lei Rouanet - menos pior?


Nas duas últimas semanas a discussão sobre a nova Lei Rouanet está bombando nos veículos de comunicação.

Pra quem não conhece, essa é uma lei de incentivo fiscal de 1988, ou seja, empresas poderiam investir em projetos culturais abatendo esse valor de seu imposto de renda (sendo o máximo de 4% do imposto devido).

Em 2007, o valor arrecadado com a Lei Rouanet foi de mais de R$ 1 bi, muito superior ao orçamento do Ministério da Cultura, mas desde que assumiu o cargo do grande político Gilberto Gil, Juca Ferreira assinalava que a Lei precisava de mudanças.

Mas como assim mudanças? Se a arrecadação foi tão grande, deve estar tudo indo muito bem, não?

Não.

A Lei Rouanet reflete um pouco da distribuição cultural em nosso país: cerca de 55%  desse recurso fica concentrado na região sudeste, nas mãos de grandes produtores culturais, enquanto apenas 4% daqueles R$ 1 bi vão para o Norte, por exemplo.

Isso fere os princípios da Lei quando foi criada, que é justamente o fomento e democratização da cultura, já que a verba está toda concentrada nas mãos de poucos e apenas na região mais provida de cultura, quando na verdade o fomento deveria ocorrer em regiões com pouco acesso e produção. O difícil vai ser fazer isso sem a formação de proponentes e/ou projetos nessas regiões, porque apenas destinar dinheiro para as regiões Norte/Nordeste não adianta.

Independente disso, Juca Ferreira propõe mudanças, de forma a tornar a Lei Rouanet mais democrática e com maior participação do estado. Nessa borrifação não entrarei a fundo nas mudanças, até para acabar com a parte mais descritiva do texto e começar a borrifar. O que vale destacar é que agora, os grandes produtores estão se sentindo prejudicados e se colocando contra o projeto, pois, de uma forma ou de outra, são seus bolsos que vão ser atingidos, direta ou indiretamente. Além disso, empresas também são contrárias pela maior participação governamental.

Bom, depois de tudo isso, minha borrifação não será a favor ou contra a Lei Rouanet, mas sim sobre sua origem e suas consquencias.

O que surgiu como um instrumento de democratização cultural acabou condicionando todos os investimentos privados na área de cultura do país, ou seja, agora a verba investida por uma empresa em cultura é pelo mecanismo de incentivo fiscal e quase nunca isso ocorre com o chamado "dinheiro bom" (aquele de recursos próprios de uma empresa).

Ela também se disseminou! Hoje temos a Lei do Esporte, os diversos programas estaduais que usam o incentivo fiscal pelo ICMS, etc... com isso o governos se ausenta cada vez mais, transferindo de certa forma suas responsabilidades para empresas que gastam o dinheiro público, afinal essa verba deveria ser destinada ao governo por impostos, de forma muitas vezes inconsequente, patrocinando projetos por critérios nem sempre corretos (exceto no caso de Editais Públicos, que possuem critérios de investimento bem definidos).

Por fim, a Lei Rouanet mostra mais uma vez a ineficiência da gestão de dinheiro público, seja pelo governo, seja por grandes empresas. 

Essência - Estamos em falta.

Sempre costumo dizer de onde veio a inspiração para a minha borrifada, e dessa vez foi um rapaz com costeletas, óculos preto de aro grosso, redator, portanto criativo, 20 e poucos anos, provavelmente fã de Los Hermanos, Mallu Magalhães e Amelie Poulain. Não foi o tipo dele que me fez refletir, mas sim a sua discussão com a professora na aula de planejamento de comunicação. Não é o assunto que importa, e sim, a forma como ele discutia. A professora tem lá os seus mais de 20 anos de experiência naquilo que está tentando passar aos alunos. Décadas de debates com profissionais e novas tendências que surgem e se vão. O rapazote tem cara de engajado, questionamentos, ar de superioridade moderninha e um discursinho manjado e raso de enojar qualquer um.

Comecei então a viajar e pensar, o que leva aquele rapaz a pensar que os metódos e processos que ele questionava e ironizava estão ultrapassados e tudo que foi feito até agora é errado ?

É isso que quero borrifar aqui, a nossa geração perdeu o interesse pela essência das coisas. A nossa geração tem argumentos ridículos e banais, é de dar pena quando vemos adolescentes expondo suas idéias, opiniões e dúvidas, seja em fóruns, programas de auditório ou um debate na MTV.

Sinto uma clara ironia por tudo aquilo que é antigo, um ar de arrogância quando ensinamos nossos pais e avós a mexer no controle remoto, quando rimos deles por não conseguirem entrar no msn. Sinto que a cada dia temos acesso a mais facilidades, seja para comunicação, para negócios ou para entretenimento, e simplesmente pegamos e começamos a usar frenéticamente, sem ao menos se importar ou saber de onde surgiu aquilo, porque aquilo foi criado e quem teve a idéia. E isso nos leva a enxergar tudo de forma banal, de forma irônica e arrogante.

Nossos avós, pais e mães podem não entender como é possível conversar assistindo outra pessoa em tempo real pelo Skype, mas com certeza eles terão mais chance de continuar uma viagem sem ligar para o pessoal do seguro caso o carro quebre na estrada. Com certeza eles sabem que os modismos vão e voltam, que a maioria das tendências que surgem como sendo aquelas que vão ditar o mundo daqui pra frente, não se confirmam.

Trabalho com publicidade e vejo os profissionais dessa área em constante busca por inovações tecnológicas. E nessa busca, procuram entender o comportamento do consumidor por meio das redes sociais virtuais, de second life, de consumo de mídia por telefone móvel. É legal, temos que realmente conhecer tudo isso, afinal existe uma diversidade incrível e temos que estar por dentro. Mas... a minha vó sempre dizia que as coisas entram e saem de moda a cada década! Os LPs estavam extintos e de repente agora virou moda ter coleção de vinis. Essas redes sociais são uma grande mentira! Elas servem pra mostrar como queremos ser vistos, e não como realmente somos.

Eu acredito que a única forma de saber como realmente somos é conversando com quem já passou e viu muita coisa na vida. Por quem já não tem porque se preocupar com imagem. Por quem prefere se divertir com o comportamento dos mais jovens ao invés de criticar tudo e todos. Nós aprendemos mesmo é conversando com o zelador do prédio há mais de 20 anos. Nós aprendemos conversando com o taxista viciado em corridas de cavalo. Nós aprendemos sobre as pessoas quando ouvimos o dono da padaria contar como era o centro da cidade há 40 anos atrás, e como ele virou o que é hoje.

Desde pequeno eu sempre gostei de ouvir as histórias da minha avó. Não as histórias de ficção infantil, mas a história de como ela conheceu meu avô, de quando se casaram com 18 anos, de quando ela comprou o primeiro jogo de panelas. Como é bom saber por quem viveu, o que foi a copa de 50, o que foi a ditadura militar, o que foi a jovem guarda, o que foram os cabelos dos anos 80, o que foram as diretas já. Por uma visão parcial, mas de quem realmente viveu, e não matérias que buscam reportagens, vestígios e depoimentos tendenciosos. Gosto da história pura. Conhecendo a história da minha família, posso conhecer de onde veio a minha formação, o que eu posso ser e em quem devo me espelhar.

O conhecimento da essência, é torcer por um time e saber de onde veio o seu patrimônio, os seus títulos, a identidade de sua torcida, frequentar o seu estádio, a sua sede social e o seu museu.

O conhecimento da essência é gostar de algum estilo musical e saber suas origens, seus grandes ícones, seus extremos, frequentar shows ou apresentações, ler revistas do gênero.

O conhecimento da essência é gostar de teatro e pesquisar sobre os grandes autores, diretores, atores, conhecer a história do teatro no mundo e no seu país, é frequentar boas salas e saber quem já pisou por lá, e quem pode surgir daqui pra frente.

O conhecimento da essência é ser descendente de imigrantes japoneses ou italianos e saber em que barco sua família desembarcou no Brasil, em que cidade trabalhou, como conseguiu lutar e conseguir o que tem hoje.

Para mim, a busca e curiosidade pela essência das coisas é o que leva uma pessoa a ser um pouco acima da média da grande massa. Da grande massa comum e banal, que prefere não se importar muito com o que acontece a sua volta, e assim vai deixando a vida levar... até que leva. E só leva.

(Foto: Vale do Anhangabaú - São Paulo/SP)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Até tu Rodolfus? Blame the Alcohol

Após algum tempo sem borrifar, estou voltando, fora de forma, um pouco acima do peso, mas voltando.

Nessa volta, não tão esperada qnto a volta do Ronaldo(do latim: fenomenus do timao) , falarei brevemente sobre alcool e suas consequencias. Se vc jah pensou que falerei de responsabilidade, de beber e dirigir ou dos males a saude está muito enganado, serei mto mais superficial que isso.

Eu e meus colegas borrifadores(do latim: babacas pra caralhus) somos grandes apreciadores da ingestão de bebidas alcoolicas e em muitas oportunidades, da ingestão de doses cavalares. O que vou explanar aqui é um pouco das consequencias que isso tras. Apóes ingerirmos tais doses, digamos que ficamos um pouco desprovidos de filtros sociais e em casos extremos de completa consciencia. Arrisco dizer que ao bebermos nao só honramos a Dionisio(do latim: deuses da cachacis), mas também libertamos nosso id(do latim: freuds quando tava bebadus).

Não entrarei em uma explicacao psicologica de nossos atos ao bebermos, mas podemos citar exemplos de façanhas como completa vodkamnésia(do latim: nao lembrus di porras nenhuma), ossos quebrados(do latim: pulsos quebradus do ale), ligamentos estourados(do latim: ombro estouradus do ale), machucados inesperados, muitas mulheres feias(do latim: faltas di opçoes nu momentus ) no curriculo.

Se você, leitor, está se identificando um pouco com esses exemplos sabe também que há outras consequencias, como incotroláveis ressacas(moral e a de verdade)(do latim: fudeu nu dia seguinte) e fama de bebado(do latim: babacas alcoolicos) em todos os meios de convivio social.
Posso até dizer que o motivo de eu não postar nas ultimas semanas é o alcool. Quando era pra eu escrever ou estava mto bebado ou com mta ressaca.

Resumindo, fazemos e continuaremos a fazer muitas merdas sóbrios, mas faremos mto mais quando estivermos bebados, se estamos conscientes, ou se está no sub-consciente pouco me importa, prefiro continuar culpando o alcool.

domingo, 22 de março de 2009

Isso não é uma borrifação


Como hoje era dia de participações especiais e ninguém se candidatou a borrifar, estou aqui tirando o atraso das duas semanas anteriores que não participei tanto do blog.

Essa semana estava navegando pela internet quando me deparei com uma notícia um tanto quanto curiosa: "O nada e o vazio protagonizam uma exposição em Paris".

Muito curioso, resolvi ver como era tal exposição de arte e acabei confirmando o que eu já pensava: mais um pseudo-gênio, se achando um artista fora de série por fazer bizarrices sem sentido. Simplesmente, era uma exposição sem quadros, esculturas, etc. Uma casa, com paredes brancas, piso de madeira, sem móveis nem nada, aberta pra visitação.

Muitos vão me criticar agora, e dizer que isso sim é arte! Nunca que isso é sem sentido, afinal o artista quis transformar o nada como arte e objeto de contemplação, que magnífico!

Mas... como diria Paulo Dragocinovic... O que é arte?

Pra mim, a arte é a melhor forma de se trabalhar com analogias, uma das formas mais ricas do pensamento humano, por isso todos os artistas têm meu respeito, mas convenhamos, por mais diferentes que sejam as manifestações artísticas principalmente no movimento contemporâneo, pra tudo tem limites.

Assim como foi na Bienal, esses espaços parecem zombar da capacidade do espectador. Parece que estavam sem dinheiro e por isso resolveram "inovar".

Se o artista queria propor uma reflexão acerca do nada e do vazio com sua influencia na arte moderna, pra mim, ele apenas quis radicalizar para ficar conhecido como mais um "genial" artista que quebra paradigmas.

Enfim, sou apreciador e consumidor de arte, mas acho que temos que ter bom senso para conseguir separar uma analogia inteligente de uma tentativa de ser cult, afinal daqui a pouco qualquer um vai abrir sua casa para visitação propondo uma reflexão sobre o cotidiano e sua influência nas artes (o que não seria má idéia!)

Link para a matéria: http://video.aol.com/video-detail/o-nada-e-o-vazio-protagonizam-uma-exposio-em-paris/1803594208

Pronto, podem borrifar em mim nos comentários!

sábado, 21 de março de 2009

Olha a Faria Lima

Tem que saber borrifar, senão olha o que dá...

Não culpe a inclusão digital

De algum tempo para cá venho notando certo público crescente na internet brasileira. A chamada “classe C” emergente.
Nada mais é do que um pessoal que teve sua renda familiar aumentada devido a programas do governo federal, aumento do dinheiro em circulação na mão desse pessoal, o que gerou, em linhas gerais, porém sensívelmente, uma melhora na qualidade de vida.

Só para você ter uma idéia, 23 milhões de brasileiros tiveram ascensão social das classes D e E para a classe C de 2006 a 2008, segundo o grupo Abril. Isto, antes da crise do último semestre de 2008, alavancou a venda de eletrônicos para este grupo de brasileiros, já que eles começaram a ter acesso ao crédito como nunca antes “na história deste país”, como adora dizer o 4 dedos.
Bem, entre estes eletrônicos, estão os microcomputadores. Segundo dados de consultorias, 40% dos PCs vendidos em 2008 foram para esta galera. Isto, definitivamente, não é pouco.

Até aí, tudo excelente. É bom e válido que haja inclusão digital para todos os brasileiros. Isto leva notícias e reportagens a quem não tem acesso, aumenta a cultura do pessoal e desperta a curiosidade. Porém não é bem assim que a “galera da C” usa a internet. Pelo menos, não a maioria. O Orkut é um bom exemplo disso. A maioria do pessoal está mesmo é querendo um computador para, como todos, falar com os amigos no MSN e em sites de relacionamentos.
Aí é que a coisa fica feia. Mesmo tendo um pouco mais de renda, isso não exclui o fato deste povo ser extremamente mal instruído e mal informado. A gente vê isso claramente em sites como o “Pérolas do Orkut”, onde exemplo de absurdos virtuais são mostrados sem nenhum pudor.

É por isso que entra o meu apelo para esse povo brasileiro ter mais acesso à educação do que a inclusão digital, já que uma é conseqüência da outra. Mas o oposto não é verdadeiro. Quem tem acesso ao computador, não terá acesso à educação. Só irá escancarar como o sistema de ensino e cultural do Brasil é um lixo e como a grande maioria dos brasileiros é um produto desta má gestão educacional.

Se você ousar ver o tipo de pérolas que a ascensão da classe C gerou na internet, com certeza sentirá vergonha de seus irmãos brasileiros. Verá um país dominado por analfabetos funcionais, bregas, sem noção e sem qualquer domínio do que as palavras elegância e classe querem dizer.
Por isso que eu digo, mais vale o valor intangível de um povo do que seus bens materiais. Do que adianta falar de inclusão digital se o esse povo não tem qualquer valor mais profundo para construir uma vida sustentável?

É notável que a educação de base é o futuro deste país, por isso sou a favor de que todos os filhos de deputados estudem em colégios públicos, para os dirigentes saberem na pele qual é a verdade por trás da falta de educação dos brasileiros. Medidas tem que ser tomadas não só para que a crise que começa a bater no nosso nariz não seja devastadora, mas principalmente para que se comece uma evolução educacional neste país.

Caso isso não seja feito, continuaremos sendo um povo brega, sem valores e sem noção. Joselitos sem qualquer semancol de bons costumes e libertinos de um futuro próspero. A educação e o acesso à cultura fizeram nossos vizinhos uruguaios e argentinos politizados, cultos e classudos. Por isso sobrevivem há muito tempo qualquer tipo de crise ou dificuldade financeira. Pois tem valores. Em contrapartida, nós brasileiros, se podemos nos comparar com qualquer outro povo, somos tão brega quanto os mexicanos, que também pela falta de educação e acesso à cultura estão, mesmo com muito mais indústrias e riqueza que outros países, distantes do rompimento de um cordão umbilical centenário chamado falta de educação.

Então da próxima vez que você ver uma pérola no Orkut, não esbraveje “Maldita inclusão digital”. É mais correto gritar “Maldita exclusão educacional”.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Devagar e sempre...

Rubinho está surpreendendo nesse início de temporada, nos testes realizados antes do começo do campeonato.

Na verdade, a equipe Brawn GP como um todo está sendo uma grande surpresa, depois de garantir seu lugar no grid ao dar continuidade ao projeto da extinta Honda.

O Rubinho sempre foi um piloto muito regular, o que muitas vezes lhe garantiu um lugar no pódio, quando tinha um carro rápido e que só a regularidade bastava.

Ao mesmo tempo, sempre foi pouco ousado... muitas vezes lento... e porque não dizer covarde?

Vamos aguardar o lançamento de seu livro, contando os bastidores de seus anos de Ferrari, para ai sim poder entender o que motivou todas aquelas situações constrangedoras por qual ele passou e fez com que todos os brasileiros que acordavam as 8 da manhã no domingo para torcer por ele também passaram.

Até lá, nos divertimos com alguns vídeos.







quinta-feira, 19 de março de 2009

Juntos separadamente

Dessa vez resolvi fazer um post mais leve. Um dialogo entre namorados. Que é claro, é um casal de amigos de uns amigos meus.
Ele abri o sorriso e diz:
- Oi amor tudo bem?
- (nossa, ele tá simpatico hoje) Comigo bem. E como foi no trabalho?
- Tranquilo, pega uma cerveja aí pra mim.
- (logo vi que estava muito simpatico) Nossa, quanta cerveja na geladeira.
- Chamei os caras para verem o jogo aqui hoje.
- Mas eu vou acordar cedo amanhã, você tem que me avisar isso antes.
- Eu veria o jogo no bar, mas você fica ligando toda hora querendo saber onde estou.
- Não vem não! Você não me avisou e não atendeu, e quando atendeu foi grosso, sendo que eu não fiz nada.
- Já te falei quando meu time perde eu fico irritado.
- Nunca vi isso, um bando de perna de pau tirar alguém do sério.
- E eu nunca vi alguém se irritar só porque a tampa do vaso tá levantada.

Nesse momento ela pára o que esta fazendo. Tenta não parecer nervosa e diz:
- Não é pedir muito isso. Quem que faz supermercado, cozinha aqui?
- Você que gosta de cozinhar!
- Eu tenho que cozinhar porque você quando cozinha faz uma sujeira só. Sempre tenho que pedir mil vezes para você lavar a louça.
- Você vive me dizendo o que fazer, parece que não posso fazer nada aqui. Não posso mais convidar meus amigos aqui, na minha casa! Não posso nem largar uma porcaria de tampa levantada.
Ela já começa a soluçar:
- Tá vendo é disso que eu fico chateada. Não é o que você fala, mas o jeito que você fala. Antes você era todo carinhoso comigo, e agora fica aí brigando comigo.
- Antes você era toda "ah por que você não me chama para sair com seus amigos", e agora nem quer que eles venham aqui.
- Pedia para ir porque saía com vocês aquela vadia da Helena junto. Olha se eu souber que você encontra ela.
- (incrivel, a 1 min chorando agora gritando) Não tem com eu não ver ela, ela é namorada do Flavinho.
- Ela é uma vagabunda isso sim.
Ele sussura:
- Pelo menos ela deixa o Flavinho sair com os amigos
- Como é que é? Olha eu ouvi tudo tá? Vai lá então ficar com ela, quem sabe depois você não vira objeto de estudo em faculdade de medicina.Vão chamar de "O resultado da DST"
- talvez eu vá. Porque eu duvido que ela diga "ah hoje não amor, to cansada. Quero dorimir".

Ela começa a ficar no estado "estou brava, mas meus olhos enchem de lágrimas" e diz:
- Semana passada quem quis dormir foi você
- É lógico! Você que quis alugar aquela comédia romantica com aquele cara gay.
- Ah, porque não era nada gay aquele filme seu de ação com um monte de cara musculoso suado.
ele responde com desdém:
- Blá blá blá

Esse é o momento que se ele conta a briga para os amigos ele diria " aí me encheu o saco e eu falei blá blá blá", enquanto ela diria as amigas "aí ele ficou sem argumento e disse blá blá blá"

- Ah ficou sem o que dizer?
- É que eu não aguento mais você!
- Ah é? então vai pode ir, eu vou arranjar alguém que queira iso aqui
Nesse momento ela tira a blusa e complementa com um:
- Vou ficar esperando seus amigos assim.

Ele subitamente agarra ela.
Fazem ali mesmo.
3minutos depois, ele começa a se vestir e diz:
- Desculpa, eu sei que falei besteira.
- Eu também. Não devia ser tão chata.
- Você não é chata.
- Te amo
- eu também.

Ele sai da cozinha e Ela pensa, "coitado. basta um par de peitos e ele ainda acha que tá no comando". Ele na sala com a cerveja em uma mão e a outra dentro da calça pensa: "bom, agora só falta ganhar o jogo e o dia termina perfeito."

quarta-feira, 18 de março de 2009

Aborto ideologico

Há um tempo houve aquele caso da garota de 9 anos que sofreu um estupro do padrasto e acabou gravida. A lei brasileira autoriza o aborto em caso de estupro ou se a vida da mãe estiver em perigo. A criança no caso fez o aborto. Um arcebispo veio a público e condenou o ato.
Nesse domingo na seção Aliás o jornal estado de S. Paulo promoveu uma discussão entre a
antropóloga Debora Diniz, professora da UnB, e o sociólogo e biólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador de projetos do Núcleo Fé e Cultura da PUC São Paulo. Abaixo segue um trecho da entrevista, mas vale a pena se vc tiver tempo ler o resto aqui.

Debora -
Sua posição pressupõe-se que o aborto seja uma matéria do bem. Isso é um equívoco. O aborto tem de ser uma matéria do justo. Bem é matéria de ética privada. Sendo matéria do justo, nós vamos desafiar o Supremo.

Borba - Existe um problema entre o que é justo, o que é legal e o que é bom. O que é legal é o que a lei promulga. A lei é resultado de um contrato entre os homens, e a função da lei é evitar o mal. Nenhum Estado que se considera democrático tem o direito de obrigar as pessoas a fazer o bem. Ele tem o direito de evitar que as pessoas façam o mal. Agora, eu não diria que o bem seja um princípio religioso. Compreendo que nós não possamos obrigar o outro ao bem, principalmente à visão do bem que eu tenho. Porém, ele está inscrito no meu coração como um desejo. A idéia de que eu quero, em primeiro lugar, o meu bem e depois começo a querer o bem para os outros é um dado universal. Entre a lei que evita o mal e o bem que corresponde ao desejo do meu coração, paira a justiça. O grande problema da justiça é que ela é, de certa forma, inalcançável. Vamos pegar um exemplo claro: algum de nós tem condições de fazer justiça nesse caso da menina de 9 anos? Significaria reparar integralmente o mal, que não somos capazes de reparar.

terça-feira, 17 de março de 2009

Lá se vai um borrifador

Hoje o Brasil dá adeus a um personagem notável.

Querido, odiado, simples, arrogante, enfim, controverso, Clodovil Hernandes vai e deixa um legado de afetos e desafetos.

Foi esse caráter polêmico que permitiu que Clodovil que se destacasse não só como estilista, atividade da qual entendia, como também na televisão, na política, como cantor, ator e figurinista, atividades nas quais tem desempenho questionável.

Sempre polêmico, Clodovil foi colecionando desafetos por onde passava.

Quem não se lembra de sua eterna briga com os humoristas do Pânico, ou então sua crítica ao movimento homossexual, etc.

Ele teve em sua breve passagem na política (abreviada por um AVC) uma das votações para deputado mais expressivas... Era polêmico... autêntico... conhecido... e pro povo brasileiro parece ser o que basta para ser eleito (vide Enéas Carneiro).

Mesmo rápida, sua passagem foi memorável... Criticou, ofendeu, deu piti, bateu o pé, e mais uma vez foi adicionado à lista negra de algumas pessoas.

Por essas e outras, além de ter inúmeros "talentos" (??), Clodovil era um borrifador de primeira, e que agora, como diversos outros que foram dessa pra uma melhor, será endeusado pelo povo.

Bom... como uma imagem vale mais que mil borrifadas escritas, alguns vídeos podem mostrar melhor o lado borrifador (esse sim, um talento inquestionável).






We shall never surrender! Shall we?

Domingo eu fui ao Show do Iron Maiden no Autódromo de Interlagos, palco de grandes emoções para qualquer brasileiro apaixonado por esporte, ou não. E é muito fácil explicar como foi: A competência, preocupação com detalhes, dedicação e relação da banda com o público foi inversamente proporcional à organização do evento, que pelo que li, foi realizada pela Mondo Entretenimento. E eu estou elogiando quando chamo aquilo de organização. Vou dividir o meu texto em duas partes, a primeira vou falar sobre o show, e a segunda sobre o evento.

I – Devoção merecida

Definitivamente, não é a toa que o Iron Maiden continua tocando para multidões no mundo todo após 30 anos de uma carreira irretocável. Isso se deve ao respeito que a banda tem pelos seus fãs, e também porque a banda procura conhecer e atender os desejos dos fãs, mais do que qualquer outra banda grande. Um dia eu falo mais sobre a história e estratégia a longo prazo que a banca criou com a meta de encerrar a carreira com chave de ouro, hoje vou falar do maior show da história da banda.

O show estava marcado para as 8 horas da noite, e o Iron geralmente segue a sua origem inglesa e é pontual, mas dessa vez eles percorreram o caminho da fila que se fazia em volta do autódromo com sua van, então sabiam que muita gente perderia o começo do show, avisaram então aos presentes na pista que só começariam o show quando tivessem certeza que todos entrassem. E assim foi feito, às 10 da noite começa nos telões o discurso de Winston Churchill, convocando a todos a nunca se renderem.

O público se pendurava aonde podia, e tentava não afundar na lama, indo à loucura com cada nota entoada pela banda. Após a terceira música Bruce Dickinson, o melhor frontman que já vi, pediu desculpas pelo atrasou e explicou os motivos. Falou também sobre a turnê, lembrou do show do ano passado quando prometeram voltar com um show maior, e também se desculpou porque a chuva que deu 5 horas antes do show danificou alguns fogos de artifício que seriam usados e também deixaram os telões com alguns pontos em vermelho.

O diálogo de Bruce com o público não é só entre as músicas. Durante as músicas ele consegue ter o público na mão, sabendo o momento exato para pedir palmas, ou soltar o famoso “Scream for me São Paulo...”. Pra mim, o ponto alto foi quando, antes de The Rime of the Ancient Mariner, Bruce explicou que a música foi inspirada em uma poesia feita a 200 anos atrás, por um poeta inglês que naquela época já dizia que tudo que o homem faz contra a natureza, volta com uma força 3 vezes maior contra nós. O Iron Maiden não precisa ficar indo em fóruns de economia, fazendo média com todo mundo como o Sr. Bono Vox. O Maiden consegue através de mensagens inteligentes em suas letras e em seus shows, mostrar ao mundo a sua opinião e fazer com que, pelo menos os seus fãs tenham um comportamento digno.

E por 13 minutos, as 100 mil pessoas ali presentes mergulharam na jornada do velho marinheiro e enfrentaram todos os perigos, passando por calmarias e fogos de artifício. E o público mereceu esse show. Foi incrível como todos ali agüentaram as péssimas condições de acesso, o atraso, e o lamaçal, sem causar nenhum tumulto! Parabéns Iron Maiden pela carreira de sucesso, pelo respeito aos fãs e pelos fãs que tem.


II – Brasil x Grandes Eventos

Não parece óbvio que, para um evento de 30 mil pessoas, apenas uma entrada é insuficiente? E se eu aumentar esse número para 100 mil? Pois é, para nós é óbvio, para uma empresa acostumada a trazer grandes shows para o Brasil, como a Mondo Entretenimento, não é. E por isso, o público foi obrigado a se organizar em uma única fila indiana com mais de 3 km de extensão, dobrando esquinas e quarteirões. E o estacionamento! Ah, o estacionamento era grande, mas quem disse que foi divulgado em algum lugar onde seria o estacionamento, ou até mesmo que teria o estacionamento!

E se vão ter 100 mil pessoas, quer dizer então que muita gente vai ficar bem longe do palco, que tal pensar em um modo de espalhar caixas de som para o fundo, colocar telões adicionais, e de preferência, evitar colocar qualquer coisa que evite a visão desse monte de gente. Pois é, mas foi exatamente o contrário que foi feito. Construíram uma enorme estrutura no meio da pista, a uns 100 metros do palco, e do lado dessa estrutura, montaram duas enormes torres com caixas de som. Quem estava atrás disso, tinha que se espremer nos cantos pra tentar ver entre os vãos das torres de aço, ou então subir nas grandes deixadas por toda a pista. E muita gente subiu! Deixando quem estava atrás deles completamente sem visão do show. Mas eu não os culpo, se você paga 140 reais vai querer ver o show, de qualquer forma! Ah, e vale lembrar que os telões colocados eram um lixo! Todos cheios de falhas.

Na saída do show, mais confusão. Era muita gente pra sair de uma vez nos túneis espremidos montados para “escoar” o público. Em um autódromo daquele tamanho, fizeram de um modo ridículo pra espremer todo o gado! Eu simplesmente não consigo entender como fazem isso. São coisas tão óbvias de se fazer em grandes eventos, mas aqui no Brasil se faz tudo ao contrário!

O antigo recorde de público do Iron Maiden foi na Finlândia. Um país com 1% da nossa população ou menos. Mas que lotou o estádio pra assistir o show, por um simples motivo, o mesmo pelo qual o campeonato australiano de futebol tem uma média de público maior do que o nosso. Organização, respeito ao público, e qualidade. QUALIDADE! É isso que falta na cabeça de quem organiza eventos no Brasil, que prefere fazer algo para tirar o seu da reta depois que acontece confusão, que prefere cortar custos achando que terá um lucro maior no final, quando na verdade o lucro só aumentaria caso todos fossem bem tratados e respeitados.

É uma pena, eu torço que até 2014 novos profissionais capacitados tenham grandes idéias e qualidade suficiente para administrar um evento do porte da Copa do Mundo. O Iron Maiden continuará sempre voltando ao Brasil pelo público fiel que tem, mas como seria bom assistir a um show do Iron Maiden com uma estrutura adequada ao nível da banda.

UP THE IRONS!

domingo, 15 de março de 2009

Antes rivais. Agora amigos.

Gostaria primeiramente de borrifar nos nossos colunistas furões. Comprometimento zero.
Após a cornetada, hoje iremos falar de um tema mais tragável do que política, geralmente meu assunto preferido, mas já entendi que quanto mais político o tema, menos interesse do pessoal. Ridículo.

Vamos falar do que interessa: Tenho notado desde 2005 uma certa soberba dos torcedores do São Paulo. Com razão. O time foi tricampeão da Libertadores, tricampeão mundial, Campeão Paulista e três vezes campeão brasileiro.
Possui um estádio que irá alavancar as receitas do clube, que provavelmente será a sede paulista da Copa, estrutura com lojas e serviços, além de um museu espetacular lá dentro.
Diante deste cenário, vejo palmeirenses, campeões do Paulistinha, há 10 anos sem um título mais expressivo na parede. Também vejo corintianos, amargurados com as conquistas tricolores e diminuídos diante de um campeonato brasileiro no mínimo suspeito em 2005 e um rebaixamento em 2007.

Dizem que o maior clássico da capital é Corinthians e Palmeiras, por ser o mais antigo, o que supostamente tem maior rivalidade. Em contrapartida, vamos pegar os últimos clássicos. Sempre com o São Paulo, a carga de rivalidade e entrega dentro e fora de campo pareceu maior. Em 2008, os Palmeirenses jogaram gás, teve pixação fora do Palestra para hostilizar a torcida do São Paulo, em franca minoria. Em 2007, o Betão pos fim a um jejum de 4 anos do Corinthians não vencer o São Paulo. Parecia que o time sem cor tinha vencido um mundial, tamanha a vibração, emoção dos caras e repercussão da mídia claramente corintiana.

Neste mesmo ano de 2009, o simples cumprimento de uma regra do regulamento quase se transformou em um acidente diplomático entre as duas diretorias quando o São Paulo F. C. disponibilizou a carga de ingressos entre os dois clubes de apenas 10% para o Corinthians. Ao invés de entender o lado de um clube que possui um estádio e dele faz receitas e o usa a favor de sua agremiação, a diretoria corintiana inflamou os ânimos e deu a entender que o São Paulo era um time elitista, arrogante e fascista. Pegou mal. No clássico houve confusão entre os próprios corintianos, quando um dos alvinegros jogou uma bomba na própria torcida do Corinthians, querendo acertar as dependências do Morumbi, segundo consta na crônica esportiva. Refletindo profundamente, a própria diretoria do Corinthians colaborou para o revés de seus torcedores ao os inflamar contra o São Paulo durante a semana.

Tudo isso mostra claramente uma briga e rixa clara entre as duas diretorias, a verde e a preto e branca, contra o time das três cores. Isso se reflete na rua quando os torcedores tanto de Corinthians como de Palmeiras fazem questão de dizer que o maior clássico da capital é o Derby. Mas não com o objetivo de aumentar a importância deste confronto, mas sim para diminuir a importância do Choque-Rei e do Majestoso.

Pelo que dizem, há projetos de tornar o Derby em uma marca internacional e jogar fora do país, também haveria entrega de um troféu para o vencedor de Corinthians e Palmeiras, em um gesto de amizade. As duas diretorias andam em paz, como os torcedores também demonstraram em Prudente, mostrando como a rivalidade bélica ficou apenas contra o São Paulo. Não critico de forma alguma a paz nos estádios e um bom relacionamento entre as diretorias, eu apenas acho no mínimo curioso que isso apenas ocorreu porque o São Paulo incomoda e muito os “rivais históricos”. Aliás, o tricolor conseguiu fazer com que os maiores rivais, segundo eles, da capital se transformassem em clubes parceiros, enquanto o São Paulo. é hostilizado, criticado e desmerecido entre as diretorias de Palmeiras e Corinthians. Veja os clássicos em campo, a disposição que o pessoal entra contra o São Paulo parece sempre muito maior. E um tento e vitória contra os tricolores sempre é mais comemorado.

É notável o que conquistas e brilho próprio causam de reação nos outros que, pela falta de brilho próprio, tem que se unir para ver se conseguem, ao menos um pouco de destaque.

quinta-feira, 12 de março de 2009

E essa agora

Durante essa semana na ONU, países se reúnem para discutir políticas antidrogas, ou a favor das drogas, nem eles sabem.

O presidente, quero ser o Chavez, Evo Morales foi a reunião mascando folhas de coca. E disse: “Não é porque eu mastigo que sou viciado em drogas”. E essa agora? Agora vamso esperar o FHC aparecer mascando folhas de maconha.

E o príncipe Charles também veio ao Brasil para ver a favela do 3º mundo. O príncipe de Gales fará uma visita a um projeto social realizado por um inglês antropólogo e ex-boxeador (!) na favela Nova Holanda perto da linha Vermelha. Não preciso nem dizer que o governo fez favela para inglês ver. Segunda prendeu o chefe do trafico, limpou ruas, pintou , aparou a grama etc. E essa agora? Logo me lembrei do cap. Nascimento e sua Operação do Papa. O Itamaraty poderia agendar visitas semanais de pessoas importantes por todo Brasil, quem sabe arrumam tudo.

Esse ano vou pedir para o Papai Noel um político pra mim. O governador do Maranhão deve sofrer uma cassação de mandato. O sr. Sarney com medo de revoltas na capital do estado, usou de sua autoridade para colocar que quatro servidores públicos de segurança fossem proteger os bens de sua família! Com certeza vou pedir um político de Natal.

terça-feira, 10 de março de 2009

Comunistrude Jr.

Domingo fui ao cinema assistir aquele fime indiano que levou vários Oscars, “Quem quer ser um milionário?”. O filme é bom, mas não é disso que vou falar. Estava lá com meus amigos e amigas quando percebo que ao lado de um deles estava uma figura conhecida, era o pagodeiro, apresentador e ex-presidiário Netinho de Paula. A partir de agora eu ia tentar escrever que nem aquele cara do documentário “Ilha das Flores” fez... contando desde o polegar opositor que faz o ser humano diferente e blá blá blá.... mas haja saco pra fazer isso! Parabéns pra quem fez aquilo ! Aliás, que professor metido a esquerdista nunca passou aquele vídeo para os alunos?

Pois bem, falando em esquerdistas, é aí que voltamos ao Netinho. Eu prefiro não julgar ele por sua qualidade musical ou mesmo pelo conteúdo do seu programa na TV. O que importa é que ele fazia as pessoas de baixa renda um pouco mais felizes, e fez isso muito bem enquanto fazia por diversão e alegria. O problema é quando a pessoa resolve achar que é inteligente, que por ser carismático pode se tornar um líder e entrar pra política, mesmo sem conhecer absolutamente nada de política!

No Brasil é assim, quantos professores inteligentíssimos você já teve, tanto na escola quanto na faculdade, e pensou: “Se ele fosse prefeito, governador ou presidente, talvez as coisas estivessem melhores!” – Mas esses, bons e inteligentes, preferem não se misturar com o meio sujo da política. Vira político quem é popular, ou quem acha que é. Vira político quem é influenciado pelos que já estão lá. E esse é o caso de Netinho de Paula.

Pra quem não sabe, Netinho de Paula é filiado ao PC do B. Partido Comunista do Brasil. Um partido que em suas campanhas publicitárias (ué, comunista faz publicidade?) coloca a culpa dos problemas nacionais na burguesia e no sistema capitalista em geral. O mesmo sistema capitalista que proporcionou a Netinho de Paula, a oportunidade de sair do gueto por causa de seu “talento musical”. Que deu a oportunidade a ele de assinar com uma gravadora, que organizou shows e vendeu discos. Que atraiu patrocinadores para os shows, que fez parcerias com grandes lojas vendedoras de discos e empregou centenas ou milhares de pessoas encarregadas de uma distribuição planejada e bem sucedida. Com isso, Netinho ganhou dinheiro, e resolveu ajudar aqueles que não tiveram a mesma sorte.

Netinho então foi pra televisão! AH, a televisão, o meio de comunicação com maior alcance de público no Brasil. E o programa dele só foi ao ar porque produtos ou serviços oferecidos as classes mais baixas, avaliaram que seria conveniente expor sua marca naquele horário. E imagine mais quantas pessoas estavam envolvidas nisso. Mas Netinho é do Partido Comunista. Eu não posso afirmar que ele não sabe o que é comunismo, mas tenho todo o direito de duvidar. E eu duvido.

Toda essa história veio à minha cabeça, pois Netinho estava do lado do meu amigo, no cinema do Shopping Higienópolis com sua bela esposa. O Shopping Higienópolis é um dos mais caros de São Paulo, e eu ainda pensava que Netinho preferia o entretenimento com a sua comunidade, que provavelmente não mora na zona oeste de São Paulo. Durante os trailers, passou “Che”. Aquele mesmo, das fotos estampadas em várias camisetas de playboys. O filme vai tentar contar a história de Che Guevara em cuba, mas eu cheguei a uma conclusão. Nunca ninguém vai saber a verdadeira história de Che. Che tem duas histórias, a dos que odeiam ele, e a dos que acham que ele foi um revolucionário, acham Cult, e inclusive deixam a barba igual a dele. Pois bem, durante o trailer do filme Netinho soltou para sua acompanhante a seguinte frase: “Eu e os manos do PC do B vamo assistir umas 30 vezes esse filme aí.”

O que podemos concluir desse comentário? Que Netinho vai avaliar a veracidade histórica da película? Vai avaliar se o filme foi bem dirigido?

Eu tenho quase certeza que os esquerdistas vão achar que o filme é uma mentira , que a história real não é essa. E como sempre vem aquela história: “O livro é bem melhor do que o filme!” Che não é um livro, mas quase tudo o que conhecemos sobre ele está escrito e não filmado.

Então fica aqui a minha admiração por esse homem. Pagodeiro, apresentador de TV, ex-pobre, ex-presidiário, filiado ao PC do B e freqüentador do Shopping Higienópolis. E viva os nossos políticos! Viva Aldo Rebelo. TOCA RAUL!

Pablo, você usa camisas do CHE ? Se sim, me perdoe... ahhahah

segunda-feira, 9 de março de 2009

Made in Brazil

É o assunto mais discutido? Sim. Obvio, estamos falando de um cara que foi eleito melhor jogador do mundo 3 vezes, não seguidamente, participou de 4 copas do mundo, bla bla bla.
Você deve estar cansado de falar dele, mas não tem como. Eu não acredito muito em predestinação, mas esse é predestinado.
Mas o que eu espero que aconteça agora é ocorrer uma valorização do Ronaldo quanto a sua capacidade de ir em frente. Muitos jogadores do Itubiara disseram após o jogo, que admiravam o Fenomeno e sua capacidade de mesmo ser rico continuar jogando.
Quando falam de Michael Jordan, Oscar de la Hoya americanos são todos elogio. É uma pena não fazermos isso com alguns brasileiros.

domingo, 8 de março de 2009

Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento.

Lula tem 85% de aprovação. É muito difícil um presidente conseguir enorme aprovação popular, ainda mais quando falamos nas exigentes e, ao mesmo tempo, ausentes classes altas da população brasileira.
Adicione esta aprovação a um cara de um partido populista e com enorme rejeição nos bretões mais ricos do Brasil e você verá o fenômeno que Lula e seu alto escalão conseguiram.
Embora haja seus méritos e algumas medidas tomadas pelo governo como a expansão do PAC, entre outras medidas para acabar com a falta de infra-estrutura sejam interessantes e outros governos de centro-direita tomariam as mesmas medidas sem maiores problemas.
Infelizmente há muito o que pensar quando se trata de como o governo Lula conseguiu esta hegemonia tanto popular quanto nos corredores de Brasília.
Sei que se trata de um assunto intragável para muitos leitores do blog, mas é um dever alavancar isso para o máximo de pessoas que conseguirmos, porque todos temos responsabilidades como eleitores e cidadãos, mesmo que sejam alheios a isso.
Lula conseguiu um enorme apoio popular principalmente no final do primeiro mandato como o programa “Bolsa Família”, que foi, de fato, uma espécie de “tapa buraco” popular para o mal sucedido programa “Fome Zero”, lembram dele? Para quem não lembra, foi o maior mote da campanha de 2002, quando Lula bateu Serra.
A partir do Bolsa Família, Lula conseguiu abafar o primeiro escândalo do governo, o Mensalão, que nada mais era que a troca de benefícios econômicos por apoio à base do governo petista.
O fato de Lula ter sido reeleito em 2006 mostrou a fragilidade do eleitor brasileiro e como a imprensa, de uma maneira geral, mesmo apoiando a queda de Lula não conseguiu influenciar a força das medidas populistas de Lula.
Até hoje o Bolsa Família influencia e eleva os níveis de aprovação do governo Lula como nunca se viu na história do Brasil. Some isso ao fato do país ter atingido certa maturidade econômica, e o cenário que se desenha é extremamente favorável ao barbudo.
O que não podemos esconder é que como o Bolsa Família se tornou na maior máquina de compra de votos legalizada da história do Brasil, que se ao mesmo tempo gera renda às famílias paupérrimas, não corta o cordão umbilical de dependência de dinheiro público.
O que deveria ser feito é cortar o cordão umbilical da dependência por meio do acesso à informação e a educação de base, já que não basta termos excelentes universidades públicas se a base está em frangalhos. Mas não é interessante para a perpetuação petista que o povo tenha acesso à educação de qualidade desde o início.
O ponto final que eu borrifo e deixo a vocês refletirem é como Lula e sua base se movimentaram politicamente para conseguir apoio de outros partidos políticos. Interesses de outras legendas em ministérios e cargos estratégicos fizeram com que o PT “loteasse” o poder em Brasília de uma maneira, genericamente falando, a agradar todos. Infelizmente com este agrado, vem a corrupção e pessoal mal preparado para os cargos. Assim o câncer da ineficiência política continua.
Não podemos ceder ao preço da corrupção por apoio político em nosso país. É a principal engrenagem ineficiente do Brasil e que com certeza, se não começarmos a repensá-la, continuaremos sendo vítimas de governos de fachada, onde tudo parece estar indo muito bem, mas o preço a ser pago no futuro é incalculável.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Animação em 3D Red Bull x Globo

Só pra não deixar o blog sem post hoje... e ainda borrifando na precariedade da Rede Globo !

Olha só o vídeo que a Red Bull fez em flash pra divulgar as alterações no carro e na Formula 1 em 2009 ! Quase igual aos vídeos que a Globo faz quando tem o GP Brasil:



e

quinta-feira, 5 de março de 2009

Profissional vendido

Toca o celular. Aparece “número restrito”, só pode ser entrevista. Atendi, a moça disse entrevista às 9h, na pressa eu aceitei. Agora além de acordar cedo, vou ter que desmarcar o dentista. Começa, mais uma vez a preparação para entrevista. Roupa social passada, jornal da semana lido e o site da empresa também. Agora porque 90% dos locais de trabalho ficam longe de casa?

Na recepção a atendente com fone de telemarketing, já até espero o: “me empresta um documento por favor.”. Nunca usei uma webcam, em compensação tenho dezenas de fotos com ela em todos os prédios por aí. Subo, acho o lugar sento e espero. O mercado é grande, há centenas de locais para trabalhar, mas você sempre encontra aquele rosto familiar nas entrevistas, seja o cara do seu lado que já trabalhou em 2 multinacionais e passou os últimos meses morando no exterior, ou do outro lado, segurando o seu currículo, de 3 oficinas e um curso de fotografia. E é o que acontece, do meu lado está aquele cara da faculdade, que eu só via pelos corredores. Na dinâmica deu para perceber que ele fala bem melhor que eu. Menos tímido e nervoso talvez. Na minha frente está a loira que na dinâmica disse que aprendeu e tirou lições mesmo de momentos adversos da vida dela. A competição está dura.

Chamam o meu nome. Finalmente após prova online, dinâmica, painel, chegou a entrevista. Cara a cara. A hora de você valer a frase “fui com a cara dele”. Eu tento parecer o mais profissional possível, mas na pressão já falei 3 vezes “tipo”, sendo que uma delas foi a combinação “tipo assim”.

Perguntou qual o meu defeito. Calma, você já fez várias entrevistas, essa tá fácil: Perfecionista. Pela reação dele, dá para perceber que não fui o primeiro a dizer essa. Bom, vamos tentar descobrir o que ele espera de quem vai ser contratado e vamos ver se eu consigo me transformar e ser O cara.

A vaga é para trabalhar na gestão de logística dos amortecedores de caminhão. Não é exatamente, quer dizer não é o que eu queria trabalhar, mas fazer o que a vaga para trabalhar com cerveja e carros de luxo já foi preenchida. Fora que eu odeio caminhão! Como aquilo atrapalha o trânsito e faz uma fumaça. Vou dizer que trabalhar com B2B deve ser muito interessante, ver o outro lado, blá blá.

Acho que estou indo bem. Agora faça ele falar sobre outra coisa, filme? Boa, ele ta falando. Agora quer saber se eu vi “Uma verdade inconveniente”. O que quê isso tem a ver? Faz anos que já saiu o filme. Menti, disse que já vi , afinal é um treco lá de vamos salvar o mundo, somos verde e reciclamos. Vamos mudar de assunto, ele é homem. Pô futebol! Ele é palmeirense. Mas isso nós não mentimos! Sou são paulino, tri mundial! Humm, falando desse jeito ele pode ter me achado meio arrogante.

Agora me perguntou onde me vejo daqui a 10 anos. Se eu falar a verdade que é não sei, ele vai pensar que eu sou um cara sem objetivo. Vou falar que me vejo crescendo nessa empresa. Essas perguntas são muito estranhas. Quem é que vai dizer que é desorganizado, não é pró ativo, não assume responsabilidades? Que não vai chegar às 8 em ponto, que realmente vai fazer 1 hora de almoço? Ou quem não diria que vai ficar trabalhando até tarde?

Acho que a entrevista ta acabando. Seco as mãos suadas de nervoso nas coxas mesmo porque lá vem o aperto de mão. Não, não vou sair assim. É a minha décima entrevista, passei por um monte de dinâmica, prova e sei lá o que mais. Sempre tentei ser o cara perfeito para a vaga, mas eu não sou perfeito. Vou falar a verdade: “Desculpa, só queria dizer antes de ir que: eu provavelmente não sou o cara mais inteligente, nem o com maior experiência que o senhor vai entrevistar. Eu também sei que todo mundo vem aqui e faz de tudo para conseguir o emprego. Mas eu vou ser sincero. Eu não posso fazer tudo. Eu não posso dizer que não vou me atrasar. Não posso dizer que vou passar todas as noites aqui. A verdade é que eu sei que posso dar o meu melhor pelo trabalho. Mas eu sempre vou considerar trabalho. Nunca a prioridade da minha vida. Eu quero sair para ver o jogo com meus amigos. Eu quero chegar em casa a tempo do Jornal Nacional, não que eu vá ver, mas que eu saiba que posso escolher não ver. Bom, acho que já falei demais. Até logo.”

Nos dias seguintes passei com um remorso sem igual. Não sei o que me deu na cabeça. Só aguardava aquele típico “infelizmente a vaga foi preenchida. Agradecemos a sua atenção e ficaremos com seu currículo para o futuro”. É como ouvir de uma garota, “não podemos estragar a amizade, né?”.

Depois de alguns dias recebo a ligação de que fui contratado, quando na verdade acho que consegui finalmente, me vender.

Segue vídeo do grupo de comédia inglês MonthyPython

quarta-feira, 4 de março de 2009

vai doer só um pouquinho



Michael Moore é conhecido por realizar documentários borrifando principalmente no governo americano.

Esses dias estava vendo TV e e acabei vendo Sicko. Um documentário sobre o sistema de saúde americano.
Vale a pena dar uma olhada, embora às vezespareça meio sensacionalista.